Taxação de Super-Ricos no G20: Brasil Avança em Negociações Cruciais

Prioridade brasileira pode resultar em declaração histórica no Rio de Janeiro

Por Da Redação com Agência Brasil 24/07/2024 - 08:21 hs
Foto: Fernando Frazão


A taxação internacional das grandes fortunas, focada nos chamados super-ricos, se tornou uma das principais agendas da presidência brasileira no G20. Ministros de finanças e presidentes de bancos centrais das principais economias do mundo se reunirão nesta quinta-feira (25) e sexta-feira (26) na cidade do Rio de Janeiro para avançar nas negociações que podem resultar em uma declaração exclusiva sobre o tema.

 

 

Segundo a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, as discussões estão em curso desde segunda-feira (22) e têm potencial para se estender além do previsto. O objetivo é alcançar um consenso robusto que permita a aprovação da declaração pelos líderes presentes.

 

"Temos o desafio de construir consensos, especialmente em temas sensíveis como a tributação de super-ricos", explicou Rosito em uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira (23), destacando que a proposta brasileira está bem encaminhada.

 

A iniciativa, apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visa criar uma declaração inédita focada exclusivamente na cooperação tributária internacional, incluindo a taxação de fortunas excepcionais. De acordo com cálculos de especialistas, a medida poderia gerar uma arrecadação anual significativa, afetando apenas um pequeno grupo de indivíduos globalmente.

 

 

Além da agenda tributária, o G20 discutirá questões amplas como a arquitetura financeira internacional e o fluxo de capitais, entre outros temas, em duas outras declarações separadas que serão apresentadas durante o encontro.

 

A presidência brasileira tem enfrentado o desafio de conduzir negociações complexas, especialmente após impasses anteriores no grupo devido a questões geopolíticas. No entanto, a estratégia adotada de emitir declarações separadas para temas sensíveis tem sido vista como um avanço diplomático, permitindo que questões controversas não inviabilizem a obtenção de consenso em outras áreas.

 

Com o encerramento das reuniões ministeriais previstas para esta semana, o foco agora se volta para a reunião de cúpula do G20 marcada para novembro, onde as declarações aprovadas serão formalmente apresentadas pelos líderes mundiais.